Amor-próprio: viver com propósito e intenção, afirmar-se, estimar-se, aceitar-se responsabilizar-se por si mesmo/mesma/mesme.
O senso comum insiste em afirmar que o amor é um sentimento e que amar é uma característica nata dos seres humanos. No entanto, bell hooks em seu livro “Tudo sobre o amor” demonstra como essas ideias equivocadas ou até a não-definição, tratando o amor como algo singular e subjetivo, sujeito à diversas interpretações, dificulta a compreensão e o seu exercício.
Amar, segundo a autora, é uma ação transformadora que se compromete com o crescimento espiritual de si ou o de outra(s) pessoa(s) e por isso envolve, além de sentimento e/ou afeição, respeito, reconhecimento, apoio, confiança, honestidade, comunicação e responsabilidade.
A questão é que “nós não nascemos sabendo como amar alguém, quer se trate de nós mesmos ou de outra pessoa” (p. 93). Nascemos capazes de reagir ao carinho e atenção, demonstrar afeto, alegria e interesse, mas aprender a amar depende da existência de um ambiente amoroso. Por isso também não nascemos nem crescemos sabendo como amar a si próprio/as.
Essa não é uma tarefa fácil que depende exclusivamente da autoestima. Estimar a si envolve um processo crítico de análise e elaboração do passado e presente, entendendo como foi possível que tenhamos nos tornado as pessoas que somos hoje. É uma prática de viver com consciência das nossas ações e clareza do propósito por trás delas; um compromisso consigo que respinga no mundo.
Viver conscientemente significa pensar criticamente sobre nós mesmos e o mundo em que vivemos. Ousar fazer perguntas básicas a nós mesmos: quem, o quê, quando, onde e por quê (p. 95).
Quando aceitamos e afirmamos quem somos, assumindo um posicionamento aberto, verdadeiro e respeitoso consigo, nos tornamos capazes de afirmar e aceitar os outros como são. De acordo com a autora, frases motivacionais podem funcionar para esse processo de autoaceitação.
Ela mesma repetia diariamente “Estou rompendo com antigos padrões e seguindo adiante com a minha vida”, como forma de despertar o poder pessoal e diminuir o julgamento interno, aquela voz que insiste em dizer que não vamos conseguir, que não somos boas o suficiente, que existe alguém melhor do que nós. Uma voz incapacitante que nos injetaram durante a vida, mais em uns do que em outros.
Com isso não negamos a realidade da desigualdade e opressão racial, a homofobia ou machismo, mas aprendemos outras formas de reagir a atos de injustiça. Um dos melhores guias para amar a si é dar-se o amor e o respeito que sonhamos receber dos outros. O amor-próprio, portanto, a base de toda e qualquer prática amorosa. Sem ele, nossos esforços, desejos e sonhos amorosos falham
Referência: hooks, bell. Tudo sobre o amor: novas perspectivas / tradução Stephania Borges. Editora Elefante.
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